Hoje (3), estive em Teresópolis levando mais uma vez, donativos para os desabrigados da tragédia do dia 12 de janeiro. Depois que deixei os donativos na Igreja Batista Central, resolvemos ir a alguns bairros atingidos e conversar com seus moradores. A visão continua a mesma. Parece que estamos dentro de um filme de guerra, onde o cenário é composto por destruição gigantesca, que ficamos parados imaginando como aconteceu uma tempestade de proporções tão grandes. A população está como anestesiada diante de momentos que se eternizam. Ao conversar com seus moradores ouvimos por repetição cenas da madrugada de terror. Carla e seu esposo Luciano, moradora do Caleme nos dizia que ficaram aterrorizados, pois estavam morando em Teresópolis a apenas um mês. Ela via através de sua janela pessoas passando em meio a tespestade e insistia com o marido para saírem de casa e fugirem da chuva. Só ao amanhecer, souberam que aquelas pessoas que passavam, estavam sendo arrastadas pela enchorrada e foram todas vítimas fatais. A moradora Rosilda Fabrício, estava desorientada, pois sua casa foi condenada pela Defesa Civil, mas não tem para onde ir. Os desabrigados que foram recebidos pela Prefeitura e principalmente pelas Igrejas Evangélicas da Cidade, já estão voltando para suas casas, e em muitos casos, para casas em que a Defesa Civil as condenou. Quando estamos de longe, os criticamos, mas onde deveriam ir, se fizeram morada em regiões perigosas porque não tinham outro lugar para morar ? Como não voltar para suas casas, se o Poder Público é moroso e como já vimos em outras tragédias, o abrigo é um depósito de sujeira com divisórias de madeirite ? É só ver o caso dos moradores do morro do bumba. Os que tiveram possibilidade, foram para outros lugares e quem não teve continua em abrigos porque a Prefeitura de Niterói esqueceu-se dessas pessoas.
Esperança, mesmo com lágrimas nos olhos tem sido o lema dessas pessoas. Mais uma vez, a desgraça de muitos é palco para poucos utilizarem desses meios para fins pessoais.
Morei e exerci meu ministério durante 15 anos em Teresópolis. Três como seminarista e 12 anos como Pastor da Primeira Igreja Batista no Caleme. E sei que o Teresopolitano é gente boa e vai superar esta tragédia e reconstruir os bairros atingidos, não pelo Poder Público, mas pela força de sua gente.
Vida Plena para você !
Pr. Daniel Francisco de Oliveira
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